sábado, 13 de fevereiro de 2010

Mudança de endereço...

Amigos, a partir de agora temos um novo lugar para o nosso encontro.

O Blog mudou para este endereço - clique aqui.

Daqui em diante, faço parte do time de colunistas da TV Esporte Interativo, onde trabalho desde setembro do ano passado.

Além de escrever no site, também vou participar como comentarista da transmissão das corridas da Superleague Formula, que é exibida no Brasil com exclusividade pelo E.I.

A você que sempre me acompanhou por aqui, meu muito obrigado! Começo agora uma nova fase na minha carreira e quero continuar contando com você.

No passado recente, tenho tido pouco tempo - e paciência, admito - para prestar mais atenção aos comentários nos posts. Prometo que isso vai mudar no novo Blog.

Você merece uma atenção melhor da minha parte. E, no novo Blog, isso está garantido.

Até a próxima!

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Aviso

Este Blog vai mudar de endereço muito em breve.

Enquanto isso não acontece, o espaço ficará sem atualizações durante um curto período.

Na volta do Carnaval - ou até antes disso, tomara! - já informo onde iremos nos encontrar daqui para frente.

A todos, um ótimo feriado!

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Jerez, dia 2: Kobayashi põe a Sauber na liderança

O segundo dia de testes coletivos em Jerez de la Frontera terminou com uma surpresa.

Kamui Kobayashi, o japonês da Sauber, superou McLaren, Ferrari, Mercedes e companhia para terminar o dia na primeira posição.

Na semana passada, a equipe já havia mostrado bastante potencial nos testes de Valência. E agora voltou a surpreender os favoritos.

No total, o piloto da Sauber completou 103 voltas. Mais uma vez, sem enfrentar nenhum problema mecânico.

Kobayashi, pelo visto, vai incomodar muita gente em 2010.

O melhor tempo do japonês foi estabelecido nos momentos finais da sessão, quando alguns sites especializados já davam o suíço Sebastien Buemi, da Toro Rosso, como o primeiro colocado.

Depois de uma aparição bem discreta em Valência - quando teve problemas no carro e perdeu bastante tempo de pista - a equipe italiana mostrou um bom poder de reação, embora tenha deixado a liderança escapar no fim.

Além de finalizar na segunda posição, Buemi também completou um grande número de voltas: 121.

Em terceiro lugar, o atual campeão Jenson Button ficou a pouco mais de meio segundo de Kobayashi e manteve um ritmo consistente, completando 83 voltas.

Teria sido um dia muito bom para o inglês se não fosse um problema mecânico nos minutos finais da sessão. O novo carro da McLaren já mostrou ser confiável, mas não é infalível.

A quarta posição ficou com Nico Hulkenberg, da Williams. O alemão provocou uma bandeira vermelha pela manhã, culpa de algum problema mecânico qualquer, mas ainda retornou à pista e acumulou 67 voltas.

Ele foi seguido pelo italiano Vitantonio Liuzzi, que estreou o novo carro da Force India e deu 80 voltas sem enfrentar problemas - um início promissor para o time indiano.

Na sequência, em sexto e sétimo, vieram dois pesos pesados. Michael Schumacher (124 voltas) estava atrás de Fernando Alonso (129 voltas) até os últimos minutos da sessão, quando voltou à pista e passou o espanhol.

Os dois ficaram a mais de um segundo do líder Kobayashi.

De qualquer forma, Alonso e Schumacher foram os dois pilotos que mais voltas completaram nesta quinta-feira. O objetivo do teste, sem dúvida, foi cumprido. E ambos ainda estão longe do limite de seus carros.

Na Renault, Robert Kubica substituiu Vitaly Petrov de última hora - talvez porque a equipe francesa tenha percebido que não pode perder muito tempo esperando o russo se adaptar ao carro.

O polonês deu 103 giros e finalizou em oitavo. Ficou distante dos líderes, mas isso não significa lá muita coisa.

Outro que também teve um dia discreto foi Mark Webber (99 voltas). Na primeira vez em que andou com o novo carro da Red Bull na pista seca, o australiano não passou de nono.

Além disso, Webber ainda sofreu uma quebra pela manhã, logo no início da sessão, assim como havia acontecido na quarta-feira. O novo carro do projetista Adrian Newey parece ter nascido com algumas imperfeições, mas nada que não dê para ser corrigido.

Para fechar a classificação, Timo Glock (11 voltas) ocupou a lanterna da classificação.

O piloto alemão e a Virgin Racing foram os grandes perdedores do dia.

Depois de completar apenas cinco voltas na quarta-feira, Glock voltou a ter um treino complicado.

Já pela manhã, perdeu sua asa dianteira - não ficou claro se por uma saída de pista ou se por defeito da peça - e precisou permanecer nos boxes até o fim do dia.

Isso porque a Virgin não tinha peças de reposição, que demoraram a chegar ao autódromo de Jerez. Resultado: a equipe novata não teve como voltar à pista, e perdeu um tempo precioso para fazer experiências.

Nesta sexta-feira, os testes de Jerez continuam com três brasileiros na pista.

Pela primeira vez, Lucas di Grassi vai participar de um treino coletivo com a Virgin. A ele, se juntam Felipe Massa e Rubens Barrichello.

Até agora, os testes no circuito espanhol não deixaram muitas pistas.

Vários pilotos, incluindo o vice-líder Buemi, marcaram seus melhores tempos numa das primeiras voltas de um longo "stint".

Todas as equipes, sem exceção, ainda não chegaram ao limite.

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Reportagem do jornal espanhol "As" desta quinta-feira revela que a Campos encontrou sua salvadora: a Volkswagen.

Sem dinheiro para garantir a sobrevivência de seu time, Adrian Campos teria vendido sua equipe à montadora alemã, que assumiria total controle da escuderia em 2011.

Na próxima temporada, a Campos mudaria para outro nome, ainda não definido.

Fora das pistas, a nova equipe seria comandada por Colin Kolles, ex-chefe de Midland, Spyker e Force India. Atualmente, Kolles tem seu próprio time no Campeonato Alemão de Turismo, o DTM, onde corre com carros da Audi - montadora que pertence à Volkswagen.

Bruno Senna, que já estava contratado pela Campos, permaneceria com seu lugar na nova equipe confirmado.

O acordo entre a Campos e a Volkswagen teria sido costurado por Bernie Ecclestone, sempre ele.

Se confirmada, a notícia da venda da Campos para a Volkswagen seria excelente para Bruno Senna.

Meio que sem querer, o brasileiro já teria uma vaga na equipe de uma montadora ambiciosa. A Volkswagen, se entrar mesmo na Fórmula 1, não vai querer fazer mera figuração.

Para a Campos, seria um fim triste para uma história que prometia tanto.

Desde sempre, o grande sonho de Adrian Campos foi ter uma equipe de Fórmula 1. E ele parecia tão perto...

Já para a Fórmula 1, a chegada da Volkswagen seria realmente uma ótima notícia. A presença de Mercedes e Volks compensaria, sem dúvida, as recentes saídas de Honda, Toyota e BMW.

O problema é que a própria Volks já se apressou a desmentir os rumores sobre a compra da Campos e afirmou que a Fórmula 1 "não é problema nosso".

Foi isso o que disse o ex-piloto Hans-Joachin Stuck, consultor da montadora, ao site alemão Motorsport Total.

Também o suposto novo chefe da Campos, Colin Kolles, veio a público garantir que não sabe nada sobre o assunto.

E aí fica a dúvida. Até que ponto o "As" poderia inventar uma história tão complexa como essa?

Sim, porque é muito improvável que o jornal tenha publicado a reportagem com base em nada. Alguns dos ingredientes da suposta compra da Campos pela Volks devem ser verdadeiros.

De qualquer maneira, parece mesmo que a Campos ainda não encontrou sua salvadora.

E, pelo andar da carruagem, está cada vez mais perto de desistir da temporada 2010.

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É um pássaro? É um avião? Não... é o carro que a Fórmula Indy deve começar a usar a partir de 2012.

Essa belezura aí debaixo, projetada pela empresa Delta, é a grande favorita a vencer a concorrência que determinará qual será o novo carro da categoria daqui a dois anos:



A Delta concorre com três adversárias: Dallara, Swift e Panoz.

Mas há quem diga que o projeto já tem a preferência dos dirigentes da Indy e ganhará facilmente a disputa.

Dá para imaginar esse "carro-caça" dentro das pistas? Com essa distância entre-eixos, como diabos esse bicho vai fazer curva?

Vai demorar um pouco para que todos possam se acostumar, com certeza.

A Indy parece ter se adiantado algumas décadas. Carros desse tipo, vamos ser sinceros, só aparecem em filme de ficção científica.

Sabe-se lá como será a categoria num futuro não tão distante.

Nesse ritmo, daqui a pouco vai ficar parecida com isso aqui:

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Red Bull apresenta RB6 com um só objetivo em mente: o título

Finalmente, chegou a hora da tão esperada apresentação do novo carro da Red Bull, o RB6.

Projetada pelo engenheiro Adrian Newey - um homem que não ganhou o apelido de "mago" à toa - a máquina da equipe austríaca foi revelada de maneira discreta em Jerez de la Frontera, pouco antes do início dos testes coletivos desta quarta-feira.

A princípio, pelo menos no visual, a nova Red Bull não traz nenhuma gigantesca revolução, daquelas que forçariam todas as adversárias a rever seus conceitos logo de cara.

Mas o RB6 é um modelo cheio de detalhes. E que certamente vai estar entre os primeiros colocados na próxima temporada.

Fazendo uma análise superficial, o RB6 parece apenas uma evolução de seu antecessor, o RB5.

Vários conceitos lançados no carro do ano passado estão de volta: a "bigorna" na parte de trás do carro, o bico em formato de "V" e a suspensão "pull-road" - embora esse último aspecto não seja perceptível apenas com fotos.

As verdadeiras inovações do RB6, porém, simplesmente não têm como ser avaliadas já neste momento.

Repare no formato da asa traseira, por exemplo, que parece projetada em forma de escudo. Muito mais longa que a das adversárias, ela se estende até lá embaixo e quase toca no difusor.

Para quê essa mudança? Não faço ideia. Mas Adrian Newey deve saber o que está fazendo.

Para muitos - incluindo o escriba deste Blog - a Red Bull larga como "a" favorita.

Sim, é bastante cedo para qualquer palpite. Mas se eu precisasse escolher agora quem vai ser o campeão de 2010, aí vai a minha aposta antecipada: Sebastian Vettel.

Ao lado de Mark Webber, o alemão vai formar a dupla da Red Bull neste ano e só tem o título como objetivo.

Em 2009, tanto Vettel quanto a Red Bull surpreenderam ao terminar a temporada em segundo lugar. Agora, só mesmo o troféu de campeão é melhor do que isso.

Logo abaixo, algumas fotos. Preste atenção especial na primeira, que mostra o novo desenho da asa traseira com clareza e ainda dá uma ideia de como ficou o projeto do difusor:









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Os testes de Jerez de la Frontera começaram nesta quarta-feira e a chuva, como era esperado, estragou o dia das equipes.

De cara, o novo carro da Red Bull já quebrou. Mark Webber deu apenas algumas voltas antes de encostar sua máquina na pista e provocar uma bandeira vermelha.

Normal. Os projetos de Adrian Newey geralmente são bem problemáticos em seu estágio inicial mesmo.

Por sua vez, a Virgin permaneceu quase a manhã toda nos boxes e só saiu para a pista quando já estava chovendo.

Não se sabe se a equipe enfrentou problemas, mas pareceu estranho desperdiçar justamente o período em que a pista esteve em boas condições.

Nico Rosberg e a Mercedes tomaram a dianteira logo de início e, pelo visto, vão continuar lá até o fim do dia.

Este post entrou no ar antes do encerramento da sessão. Portanto, ainda não havia como saber quem terminou em primeiro.

De qualquer maneira, o primeiro dia de ensaios em Jerez não vai servir para muita coisa.

Só mesmo com pista seca será possível fazer algum tipo de avaliação - e, mesmo assim, recheada de cautela.

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A Lotus anunciou que iria fazer um "shakedown" de seu novo carro em Silverstone na tarde da última terça-feira, antes mesmo da apresentação oficial no modelo.

É claro que teve gente que foi conferir.

A revista "Autosport" mandou um fotógrafo e conseguiu fazer a foto abaixo, um "teaser" do que vem por aí:



O piloto ao volante é o malaio Fairuz Fauzy, que será o reserva de Heikki Kovalainen e Jarno Trulli em 2010.

Sobre o carro em si, pouco a dizer. Um desenho aparentemente convencional, seguindo a abordagem já seguida pela também estreante Virgin.

A pintura, belíssima, remete aos tempos da Lotus verde escura de Jim Clark, no auge dos anos 60.

Se a nova Lotus queria ganhar a simpatia dos fãs mais nostálgicos da Fórmula 1, talvez incomodados com o "falso retorno" da antiga equipe, conseguiu.

Infelizmente, também não dá para deixar de notar a ausência quase total de patrocinadores na nova equipe.

Sim, são tempos difíceis.

A Lotus também deve correr com orçamento apertado em 2010.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Force India lança novo carro sonhando em ser grande

Bem menos badalada do que Ferrari, McLaren, Mercedes e companhia, a Force India mostrou ao mundo nesta terça-feira sua máquina para a temporada de 2010.

O novo modelo VJM-03 foi lançado sem muito estardalhaço, apenas com a divulgação de algumas fotos pela internet.

Sua estreia na pista será já nesta quarta-feira, em Jerez de la Frontera, durante a próxima sessão de testes coletivos.

À primeira vista, o novo carro da Force India não apresenta nenhuma novidade radical e até se parece com o antecessor VJM-02, que alcançou belos resultados na segunda metade do ano passado.

Assim como a McLaren, a Force India também aposta no conceito do "carro-bigorna", incluindo aquela espécie de barbatana que se estende até a asa traseira.

O desenho geral do carro, aliás, parece ter certa inspiração no modelo da McLaren. O que não é coincidência: desde o fim de 2008, a Force India tem uma parceria com a equipe inglesa e recebe uma espécie de "suporte técnico" da turma de Ron Dennis.

Ao se juntar à McLaren, a Force India ganhou também um outro trunfo: os motores Mercedes, atualmente os mais potentes da Fórmula 1 e que certamente vão contar alguns pontos a favor dos indianos em 2010.

A Force India ainda é uma equipe pequena para média, mas tem potencial para crescer bastante na próxima temporada.

Após alguns desempenhos de destaque em 2009 - em especial, a pole position e o segundo lugar de Giancarlo Fisichella no GP da Bélgica - o time indiano busca uma evolução para se firmar de vez no pelotão intermediário.

Não é delírio nenhum imaginar a Force India marcando pontos com regularidade em 2010 e lutando até por algo mais do que isso.

A dupla de pilotos é boa e rápida, embora tanto Adrian Sutil quanto Vitantonio Liuzzi tenham uma certa tendência a se envolver em acidentes.

De qualquer maneira, considerando o que a equipe alcançou no ano passado, a expectativa é que a Force India continua com a sua lenta - mas constante - evolução.

O primeiro objetivo da Force India é se livrar de vez das últimas posições. Depois, quem sabe, crescer até o ponto em que se possa considerar uma equipe grande.

Logo abaixo, algumas fotos:








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Recheada de expectativas, a Red Bull é a próxima equipe a apresentar seu novo carro.

O lançamento do modelo RB6 está marcado para esta quarta-feira e vai coincidir com o primeiro dia de testes em Jerez de la Frontera.

Os ensaios terão a presença da própria Red Bull, da Force India, da Virgin e das demais sete escuderias que já treinaram em Valência, na semana passada.

Enquanto isso, a estreante Lotus também prepara a apresentação de seu novo carro para esta semana.

O modelo da equipe malaia vai passar por um "shakedown" nesta quarta-feira, provavelmente em Silverstone. Já o lançamento oficial acontece na sexta.

Embora seja uma das últimas equipes a mostrar seu carro, a Lotus está com o cronograma adiantado.

No último sábado, a escuderia fez o chamado "fire up" em sua fábrica na cidade inglesa de Hingham - um teste que não significa nada além de ligar o motor do novo carro e fazer algum barulho.

De qualquer maneira, o "fire up" foi realizado seis dias antes do planejamento traçado no ano passado, mostrando que a equipe conseguiu preparar o carro mais rápido que havia pensado.

Embora o novo carro ainda não tenha sido apresentado, algumas fotos de divulgação no estilo "teaser" já foram liberadas. A mais reveladora de todas é esta:



Sim, já está tudo pronto para a Lotus entrar na pista.

Assim como a Virgin, a equipe malaia é uma novata que tem boas condições de correr no nível das escuderias mais experiantes.

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Já está tudo pronto para a segunda sessão de testes coletivos de pré-temporada.

Os ensaios em Jerez de la Frontera começam nesta quarta e se estendem até sábado. Serão quatro dias seguidos de treinos, um a mais do que em Valência, na semana passada.

As dez equipes que vão treinar escalaram apenas seus pilotos titulares. A ordem dos que vão para a pista é esta:

Mercedes: Nico Rosberg (quarta e sexta) e Michael Schumacher (quinta e sábado)
Red Bull: Mark Webber (quarta e quinta) e Sebastian Vettel (sexta e sábado)
McLaren: Jenson Button (quarta e quinta) e Lewis Hamilton (sexta e sábado)
Ferrari: Fernando Alonso (quarta e quinta) e Felipe Massa (sexta e sábado)
Williams: Nico Hulkenberg (quarta e quinta) e Rubens Barrichello (sexta e sábado)
Renault: Vitaly Petrov (quarta e quinta) e Robert Kubica (sexta e sábado)
Force India: Vitantonio Liuzzi (quarta e quinta) e Adrian Sutil (sexta e sábado)
Toro Rosso: Sebastien Buemi (quarta e quinta) e Jaime Alguersuari (sexta e sábado)
Virgin: Timo Glock (quarta e quinta) e Lucas di Grassi (sexta e sábado)
Sauber: Kamui Kobayashi (quarta e quinta) e Pedro de la Rosa (sexta e sábado)

A previsão do tempo aponta possibilidade de chuva em três dias: quarta, sexta e sábado. A princípio, apenas a quinta-feira está livre de pista molhada.

Mais uma vez, é bom ter cautela na análise dos testes.

Pré-temporada, como sempre, não serve de muita referência.

Mas tentar adivinhar o futuro é a principal diversão que os fãs da Fórmula 1 têm nesse momento...

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Ferrari inverte ordem e Alonso abre testes nesta semana

Semana passada, o brasileiro Felipe Massa foi o escolhido para comandar o primeiro teste do novo modelo da Ferrari, o F10.

Massa pilotou o carro em dois dias de treinos em Valência. Depois disso, passou o volante ao companheiro Fernando Alonso.

Como era de se esperar, Alonso virou um tempo mais rápido do que Massa - embora ainda esteja se adaptando à Ferrari, o bicampeão pegou uma pista melhor emborrachada e não teve maiores problemas para superar o tempo do brasileiro.

Foram apenas três décimos de diferença. Difícil determinar qual dos dois foi, de fato, o mais rápido.

Nesta semana, em Jerez, Alonso e Massa vão para o "segundo round". Dessa vez com uma diferença: o espanhol é que será responsável por abrir os trabalhos, enquanto Massa andará por último.

Segundo o cronograma da Ferrari, Alonso está escalado para quarta e quinta. Massa, para sexta e sábado.

Na verdade, a inversão na ordem é um procedimento absolutamente normal.

A McLaren, por exemplo, vai fazer a mesma coisa: depois de fechar os testes em Valência, Jenson Button vai testar na quarta e na quinta, sendo substituído por Lewis Hamilton nos dois dias seguintes.

Acontece que dessa vez há um componente extra.

A chuva.

Segundo os meteorologistas, a expectativa é de chuva para quarta, sexta e sábado. Apenas os testes de quinta estariam livres de pista molhada.

Para Alonso, Button e os demais escolhidos para abrir os testes, uma ligeira vantagem.

Mas nada que seja suficiente para acusar Ferrari e McLaren de favorecer um de seus pilotos.

Até agora, a única preocupação das equipes é acumular quilometragem, verificar os equipamentos e evitar problemas mecânicos.

Virar tempos muito rápidos, por enquanto, não é a prioridade.

Apesar disso, alguns já arriscam favoritos para a temporada de 2010.

Nesta segunda-feira, em seu Twitter, Rubens Barrichello disse que a Ferrari está "na frente por enquanto".

Já o suíço Sebastien Buemi afirmou que a escuderia italiana tem o mesmo ritmo de McLaren e Sauber - esta última, inclusive, seria a grande surpresa da pré-temporada.

Se a previsão de Buemi estiver correta, Kamui Kobayashi - quem diria? - já começaria o ano brigando por vitórias.

Sim, é legal dar palpites sobre o que vai acontecer na próxima temporada.

Mas ainda é muito, muito cedo para que qualquer previsão tenha credibilidade.

Talvez os testes de Jerez dessa semana deem uma clareada.

O mais provável, porém, é que somente no GP do Bahrein seja possível saber quem realmente está na frente.

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O todo-poderoso Bernie Ecclestone confirmou nesta segunda-feira o boato que já circulava há algumas semanas.

Sim, existe uma cláusula no Pacto da Concórdia que permite às equipes ficar de fora dos três primeiros GPs do campeonato.

E duas delas - USF1 e Campos - estão perto de ativar essa regra.

A equipe americana, em que pese todo o mistério dos últimos meses, até parecia ter avançado em seu cronograma.

Contratou o argentino Jose Maria Lopez como primeiro piloto e, ao que parece, conseguiu que seu carro fosse aprovado no "crash test" da FIA.

O primeiro teste do novo modelo seria já neste mês. Mas, por enquanto, não há mais notícias.

Ecclestone acredita que a USF1 não vai conseguir alinhar no GP do Bahrein. Francamente, não há como ignorar essa possibilidade.

Por outro lado, o drama da Campos já é conhecido de todos.

A equipe espanhola tem só mais alguns dias para pagar o que deve à Dallara, empresa que a própria Campos contratou para construir seu carro de 2010.

Se não efetuar o pagamento, o modelo que a Dallara construiu pode ser repassado à Stefan Grand Prix, que assumiria o lugar da Campos no grid.

A novela que envolve a Campos e os "piratas" da Stefan GP deve ter capítulos decisivos nesta semana.

Isso porque o time espanhol só tem até quarta-feira para pagar o que deve à Dallara. Caso contrário, a Stefan vai dar o bote.

Segundo Bernie Ecclestone, a misteriosa escuderia sérvia vai herdar toda a estrutura da extinta equipe Toyota - incluindo não apenas o carro que a escuderia japonesa usaria em 2010, mas também a fábrica e todos os equipamentos que a Toyota tinha em Colônia, na Alemanha.

Nesse caso, sem dúvida, a Stefan se transformaria numa equipe bem melhor estruturada do que a Campos.

E talvez seja por isso que Ecclestone - um homem que sempre preferiu os "fortes" aos "fracos" - já não esconde de ninguém sua preferência pelos "piratas sérvios".

Correndo contra o tempo para se salvar, a Campos pode pedir licença das três primeiras corridas e tentar um esforço final para tentar novos patrocinadores.

De qualquer maneira, a situação da equipe espanhola já é muito complicada.

Mesmo que consiga alinhar a partir da quarta prova do ano, fica difícil imaginar a Campos longe da últimas posições.

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Não é só a Campos que pode perder sua vaga na Fórmula 1 antes mesmo de fazer sua estreia na categoria.

Recém-contratado pela Renault, o russo Vitaly Petrov corre risco de ser dispensado da escuderia francesa sem disputar nenhuma corrida.

O motivo não poderia ser outro: falta de dinheiro.

Petrov alega não ter patrocinadores em seu país e que os 15 milhões de euros que bancaram sua contratação pela Renault são inteiramente provenientes de um empréstimo.

O pagamento da quantia à Renault foi dividida em duas parcelas. A primeira delas vence em março. A outra, em julho.

E, até agora, Petrov não tem um tostão no bolso.

Segundo o pai do piloto russo, o banco que emprestaria o dinheiro pediu um tempo maior para avaliar a viabilidade do negócio.

Depois de aceitar o empréstimo num primeiro momento, a instituição - cujo nome não foi revelado - pode voltar atrás e desistir de sustentar Petrov.

Nesse caso, o russo certamente perderia sua vaga na Renault.

Embora não seja um mau piloto, Petrov só conseguiu mesmo ser contratado pela equipe por causa de sua milionária oferta.

Se ficar sem dinheiro, o russo provavelmente seria substituído por outro piloto pagante - o japonês Takuma Sato, ao que parece, é o primeiro nome da lista da Renault, embora já tenha fechado com uma equipe da Fórmula Indy.

A Petrov, só resta torcer e esperar.

Assim como muitos fãs brasileiros sofrem com a indefinição de Bruno Senna, os torcedores russos - recém-chegados à Fórmula 1 - já começam a perceber logo de cara como a categoria pode ser frustrante.

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Campos tem mais cinco dias para salvar a pele

Já não é segredo para ninguém: a Campos está mesmo em sérias dificuldades financeiras e corre grande risco de não conseguir alinhar no GP do Bahrein, primeira etapa da próxima temporada.

A equipe de Bruno Senna possui uma dívida milionária com a Dallara, empresa que a própria Campos contratou para construir o carro que será usado em 2010.

O modelo já está pronto e aprovado no "crash test" da FIA. Agora só falta pagar o serviço.

O prazo final da Campos expirou na última sexta-feira, mas a equipe ganhou uma sobrevida porque a Dallara aceitou esperar até a próxima quarta para receber o que tem direito.

São mais cinco dias. Se a Campos não conseguir o financiamento até lá, tudo indica que a equipe vai fechar as portas antes mesmo de disputar sua primeira corrida.

Caso isso aconteça, os equipamentos da Dallara devem ser repassados à Stefan GP, a estranha escuderia sérvia que nem tem vaga garantida na próxima temporada, mas já anunciou que vai viajar para o GP do Bahrein assim mesmo.

Curioso é que a Stefan fechou um acordo com a Toyota e o carro que o time japonês usaria em 2010 - o TF 110 - já está em posse dos sérvios.

Não seria necessário, portanto, nenhum contato com a Dallara. Afinal de contas, a Stefan já tem um carro.

A não ser, é claro, que o objetivo da Stefan seja apenas "roubar" o carro que a Campos usaria para impedir que a equipe espanhola corra.

Nesse caso, a própria Stefan ficaria a vaga da Campos.

Não é à toa que os sérvios já ganharam o apelido de "piratas". Justiça seja feita, eles fazem por merecer.

Para a Campos, a esperança é conseguir um acordo com o empresário sul-africano Tony Teixeira. Trata-se do mesmo sujeito que está por trás da A1GP - a fracassada "Copa do Mundo do Automobilismo", que encerrou atividades após a temporada 2008-09.

Segundo a imprensa espanhola, Teixeira já teria acertado para se tornar sócio de Adrian Campos, mas o dinheiro que ele investiria na equipe não apareceu até agora.

Não é nenhuma grande surpresa: desde a A1GP, Teixeira é conhecido como um sujeito que costuma deixar dívidas por onde passa.

Por isso mesmo, sua entrada como sócio da equipe Campos já não era bem vista pelas demais escuderias.

Além disso, a proximidade com Teixeira também contribuiu para que o time espanhol perdesse ainda mais espaço perto de Bernie Ecclestone - o todo-poderoso da Fórmula 1, nessa altura, já não esconde de ninguém que prefere ver a Stefan GP assumir o lugar da Campos em 2010.

No meio disso tudo, está Bruno Senna.

O brasileiro muito provavelmente ficaria sem lugar no grid caso a Campos seja substituída pela Stefan. A escuderia sérvia acena com uma dupla formada por Kazuki Nakajima e Ralf Schumacher, tendo Jacques Villeneuve como uma espécie de "consultor".

Senna poderia ser uma ótima escolha para a Stefan, mas os sérvios simplesmente não parecem ter interesse no brasileiro.

Para o sobrinho de Ayrton, restaria a USF1 - a equipe americana, porém, parece perto de assinar com o espanhol Adrian Vallés.

Após ter ficado tão perto de estrear pela Honda em 2009 - o que provavelmente teria acontecido se a montadora japonesa não tivesse se retirado da Fórmula 1 - Bruno Senna parecia ter garantido um lugar no grid ao assinar com a Campos.

A cada dia que passa, porém, sua situação fica mais nebulosa.

Uma pena. Poucos pilotos na história recente da Fórmula 1 tiveram tão pouca sorte quanto Bruno na hora de planejar sua estreia na categoria.

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Enquanto a Campos passa por dificuldades, a USF1 permanece envolta em mistério e a Lotus esconde o jogo, a única das equipes novatas a mostrar serviço é a Virgin Racing.

Nesta semana, a equipe realizou um "shakedown" em Silvertone com o novo modelo VR-01 e deixou o circuito animada.

Juntos, os titulares Timo Glock e Lucas di Grassi completaram 78 voltas na configuração mais curta do autódromo inglês, andando cerca de 100 quilômetros no asfalto molhado pela chuva.

Os tempos não foram divulgados e o carro não foi exigido ao máximo. De qualquer maneira, nenhum problema grave foi detectado e a equipe terminou o teste satisfeita.

Somente na semana que vem, quando andará com as adversárias em Jerez, é que a Virgin será exigida pela primeira vez.

Mas, pelo avanço que mostrou até agora, a equipe já está de parabéns.

Logo abaixo, algumas imagens do "shakedown" do VR-01:



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A Fórmula Indy vai trocar de chassis em 2012 e quatro empresas disputam o direito de fornecer o carro que a categoria adotará daqui a dois anos.

São elas: Panoz, Swift, Delta e Dallara. Sim, a mesma Dallara que anda levando calote da Campos.

Em relação à Indy, a Dallara já tem seu projeto pronto. Aliás, "projetos" - no plural.

As ideais foram divulgadas ao público nesta semana. São as três aí embaixo:



Sem dúvida, todos os carros têm um design bem diferente do atual.

E um ar meio futurista, diga-se de passagem.

O meu preferido? Sem dúvida, o que está em cima na foto.

Os outros dois simplesmente me parecem estranhos demais para virar realidade.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Imagens dos testes em Valência

Esta sexta-feira será bastante corrida para o escriba do Blog, que não terá tempo para atualizar esta página com o cuidado devido.

Para não deixar o espaço sem novidades, deixo você com uma série de vídeos postada no YouTube com imagens dos testes desta semana, em Valência.

Vale observar alguns detalhes interessantes como o total descompromisso dos pilotos em obedecer a linha branca dos boxes e a recorrente dificuldade de Rubinho de se entender com o sistema de largada de seus carros.

No ano passado, ele ficou parado na largada dos GPs de Austrália, Turquia e Bélgica. Testando em Valência, cometeu um erro semelhante, como se percebe no início do vídeo abaixo:



No vídeo a seguir, o destaque é a estreia de Fernando Alonso na Ferrari e a presença marcante dos torcedores ao redor do autódromo:



Já o vídeo abaixo mostra o tal capacete preto que Felipe Massa experimentou na terça-feira e traz em detalhes como está o desenho do novo difusor da Ferrari:



Para quem tem mais tempo, vale a pena conferir os outros oito vídeos sobre os testes de Valência postados no YouTube pelo mesmo usuário que fez as imagens acima.

Tomara só que a Formula One Management não retire esses vídeos do ar...

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Ferrari começa bem, mas Alonso mantém cautela

"No ano passado, a primeira impressão também foi boa, mas depois mal conseguia me classificar para o 'Q3'. Por isso me mantenho muito, muito cauteloso".

Foram essas as primeiras palavras de Fernando Alonso após sua estreia pela Ferrari, nesta quarta-feira, em Valência.

O espanhol levou cerca de 40 mil torcedores ao autódromo e não decepcionou: terminou na liderança e bateu o tempo do companheiro de equipe Felipe Massa em dois décimos.

O próprio Alonso, porém, faz questão de minimizar o significado da tabela de classificação.

"Achei o carro bem fácil de pilotar porque Felipe havia andado nos dias anteriores e usei as informações que ele coletou, o que ajudou bastante", admitiu o bicampeão.

De maneira geral, Alonso teve uma estreia realmente promissora pela Ferrari, impressionando a equipe com a sua ótima capacidade de adaptação.

Há de se ressaltar, porém, que o espanhol só baixou dois décimos do tempo de Massa, enquanto o brasileiro melhorou oito décimos do primeiro para o segundo dia.

Dizer que Alonso venceu o duelo inicial contra Massa é uma bobagem. Qualquer um dos dois que pilotasse no último dia de treinos teria sido o mais rápido, simplesmente porque a pista já estava mais emborrachada e o carro, melhor acertado.

De qualquer maneira, a Ferrari teve um desempenho bom o suficiente para causar preocupação nas adversárias.

Além de não enfrentar problemas mecânicos, o novo modelo F10 também se mostrou bastante consistente nas "long runs" e virou tempos competitivos mesmo com o tanque de combustível cheio.

A Mercedes, através de Ross Brawn, já admitiu que está num patamar um pouco inferior ao da Ferrari, mas promete reagir já na sessão de testes marcada para a semana que vem, em Jerez de la Frontera.

Já a McLaren se concentrou em andar com o carro bastante pesado e, de todas as equipes que andaram em Valência, talvez tenha sido aquela que ficou mais longe de seu limite.

Lewis Hamilton superou Jenson Button mesmo tendo andado no segundo dia de testes, enquanto o campeão do ano passado treinou no terceiro. De cara, uma prova de que Hamilton larga na frente de Button na disputa interna da equipe.

Por sua vez, a Sauber se manteve sempre entre as primeiras colocadas, mas marcou seus melhores tempos em "stints" curtos.

Justamente ao contrário da McLaren, a Sauber provavelmente foi a equipe que mais forçou e que esteve mais perto de seu limite em Valência.

A Williams de Rubens Barrichello teve como principal preocupação acumular quilometragem, assim como a Renault. As duas equipes tiveram performances razoáveis, mas estão claramente um pouco atrás de Ferrari e McLaren.

Já a Toro Rosso passou por problemas mecânicos e perdeu bom tempo de pista no primeiro dia de treinos.

Sem a ajuda da Red Bull e tendo dois pilotos bem inexperientes em sua dupla, a Toro tem pela frente um grande trabalho para superar as dificuldades.

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No troca-troca de pilotos, quem ficou de fora do grid foi Nick Heidfeld.

O experiente alemão - que detém o recorde de mais pódios e de mais segundos lugares sem nunca ter vencido - perdeu seu emprego com a saída da BMW e não conseguiu acertar com nenhuma equipe para ser titular em 2010.

A saída encontrada por Heidfeld não foi a ideal, mas sim aquela que ele julgou a melhor possível: assinar como terceiro piloto da Mercedes.

O anúncio da contratação do alemão pela equipe prateada foi feito na manhã desta quarta-feira e elimina de vez as chances de "Quick Nick" acertar com a USF1 ou a Campos, únicas escuderias ainda com vagas disponíveis para 2010.

De qualquer maneira, nessa altura, Heidfeld já não tinha quase nenhuma chance mesmo.

O alemão é rápido, consistente e comete pouquíssimos erros. Mas tem um defeito sério: não consegue criar oportunidades, dar o "pulo do gato", tirar algo extra do carro para obter um resultado além do esperado.

Heidfeld é um piloto que quase sempre leva o carro ao fim das provas e acumula pontos com facilidade. O problema é que ele não consegue nada muito além disso.

Embora ainda tenha nível para correr como titular na Fórmula 1, Heidfeld foi preterido nas disputas por vagas na Sauber, na Renault e na Lotus, por exemplo, e teve como única saída assinar com a Mercedes mesmo.

Para a equipe prateada, uma ótima opção. Caso algo aconteça com Schumacher ou Rosberg, Heidfeld tem capacidade de assumir o carro e conseguir um bom resultado.

O mais provável, porém, é que Heidfeld passe o ano inteiro de molho, talvez fazendo alguns pouquíssimos testes com a equipe.

A carreira do alemão, definitivamente, sofreu um baque.

Se durante a boa fase da BMW ele parecia pertinho de quebrar a barreira da vitória na Fórmula 1, agora Heidfeld está realmente longe disso.

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A USF1 havia prometido lançar seu carro para 2010 "no início de fevereiro".

Até agora, nada.

Ao menos, o time americano já tem um piloto confirmado - o argentino José Maria López - e parece perto de fechar com outro, o espanhol Adrian Válles.

Segundo o jornal Marca, Válles já possui um acordo com a USF1 e será anunciado como segundo piloto da equipe americana dentro de alguns dias.

Espanhol de 23 anos, o piloto fez duas temporadas bastante discretas pela GP2 em 2006 e 2008, correndo por equipes que não tinham equipamentos competitivos.

Foi somente na Superleague Formula, aquela dos carros de futebol, que Válles mostrou seu verdadeiro potencial.

Em 2008, venceu duas corridas e levou o carro do Liverpool ao quarto lugar no campeonato. Então, no ano passado, completou todas as provas entre os dez primeiros e levou um título merecido, mostrando muita regularidade ao longo da temporada.

Assim como o argentino López, Válles está longe de ser um piloto ruim, mas também não é nenhum talento espetacular.

Se confirmada sua escolha pela USF1, provavelmente o dinheiro de alguns patrocinadores espanhóis foi decisivo para o acordo.

Válles tem capacidade para correr de maneira razoável na Fórmula 1, mas dificilmente vai aparecer com muito brilho.

Para a USF1, uma dupla López-Válles ficaria longe de impressionar muito.

A equipe americana, ao menos no quesito "pilotos", já ficaria um pouco para trás.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Ferrari encerra testes de Valência com Alonso na ponta

Só deu Ferrari na primeira sessão de testes de pré-temporada em 2010.

Depois de ficar na liderança na segunda e na terça, Felipe Massa deu lugar a Fernando Alonso nesta quarta-feira e o espanhol manteve o padrão, terminando o dia no topo da tabela de tempos.

O espanhol marcou 1:14.470 na melhor de suas 127 voltas, cerca de dois décimos mais rápido do que a marca de Massa no dia anterior.

Claro, a classificação dos testes realmente não serve de nenhuma referência.

Mas a Ferrari não tem nada a reclamar da sua primeira semana de experiência com o novo modelo F10.

Assim como Massa havia feito na terça, Alonso virou seu tempo mais rápido ainda na parte da manhã, uma prova de que o carro ainda está longe de seu potencial.

Estimativas de jornalistas presentes a Valência apontam que a Ferrari marcou seus melhores tempos com 25% do tanque de combustível cheio. Ou seja: o time italiano ainda pode andar bem mais rápido.

O melhor de tudo, porém, foi a quilometragem acumulada. Juntos, Massa e Alonso completaram cerca de 350 voltas, distância equivalente a cerca de cinco GPs.

O novo carro da Ferrari em nenhum momento apresentou problemas mecânicos, algo que certamente deixou a equipe bem animada.

Em seu retorno à F-1, Massa provou que está totalmente recuperado de seu acidente na Hungria, enquanto Alonso mostrou que continua um piloto muito carismático ao levar cerca de 30 mil pessoas ao autódromo de Valência apenas para uma sessão de testes.

Logo atrás da Ferrari ficou a Sauber, que ocupou a segunda posição nos três dias de ensaios.

O espanhol Pedro de la Rosa voltou a assumir o cockpit e completou 81 voltas, terminando o dia a seis décimos de Alonso.

Apesar de não ter enfrentado problemas mecânicos, De la Rosa tomou um susto na parte da manhã quando se tocou com o alemão Nico Hulkenberg, da Williams, e precisou voltar ao box para reparos.

Nenhum dos dois, porém, teve maiores danos no carro e o treino prosseguiu normalmente para ambos. Foi apenas um momento de desatenção que, felizmente, não teve maiores consequências para De la Rosa ou Hulkenberg.

Depois de descansar na terça-feira, Michael Schumacher voltou aos trabalhos e concluiu em terceiro, com 82 giros. Sua melhor volta foi cerca de um segundo pior que a de Alonso, mas quatro décimos mais rápida do que a do companheiro Nico Rosberg.

Na sequência, Jaime Alguersuari (97 voltas), Jenson Button (82 voltas), Vitaly Petrov (75 voltas) e Nico Hulkenberg (126 voltas) completaram a classificação, do quarto ao sétimo colocado, nesta ordem.

Todos mais preocupados em acumular quilometragem e ganhar experiência do que em marcar tempos competitivos.

Estreando por suas novas equipes, Button e Petrov foram mais lentos do que os companheiros Hamilton e Kubica, enquanto Alguersuari bateu Buemi e Hulkenberg praticamenta igualou o tempo de Barrichello.

A sensação geral, entretanto, é que todas as equipes ainda estão muito longe do limite.

A Williams de Rubinho, por exemplo, estaria correndo com um motor Cosworth programado para não alcançar sua rotação máxima de giros.

Qualquer previsão mais profunda só será possível a partir da semana que vem, quando Force India, Virgin e Red Bull se juntam à festa em Jerez de la Frontera.

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Nesta quarta-feira, a Virgin Racing se tornou a primeira das quatro equipes novatas a lançar seu carro para a temporada de 2010.

Batizado de VR-01, o modelo que será pilotado por Timo Glock e Lucas di Grassi neste ano tem uma aparência bem convencional, sem nenhuma novidade aerodinâmica que chame muita atenção.

O lançamento do carro deveria ter sido feito pela internet, mas um problema qualquer da "tecnologia moderna" - como bem definiu a própria equipe - obrigou a Virgin a soltar apenas algumas fotos de divulgação, com os pilotos postados à frente do carro.

A pintura rubro-negra é bem distinta e vai tornar o carro de fácil identificação na pista.

Na opinião deste modesto blogueiro, aliás, apenas o carro da Renault parece ser mais belo do que o da Virgin, dentro todos os lançados até agora.

O VR-01 foi desenvolvido sem a ajuda de túneis de vento, apenas com a tecnologia de Dinâmica de Fluidos Computacionais (CFD, na sigla em inglês), que simula a direção dos fluxos de ar.

Construir o carro apenas com CFD é mais barato, mas acarreta numa óbvia perda de credibilidade das informações coletadas. O túnel de vento é bem mais confiável, embora também muito mais caro.

Seja como for, a Virgin já fez sua escolha e apostou que o CFD é suficiente para projetar um carro competitivo para 2010.

A dupla de pilotos - Glock e Di Grassi - é provavelmente a mais forte que a equipe poderia ter formado.

Agora, como sempre, é esperar para ver.

O novo carro da Virgin, para quem ainda não viu, está logo abaixo:



Na semana que vem, entre os dias 10 e 13, a Virgin se junta às demais equipes na sessão de testes de Jerez, onde andará ao lado das adversárias pela primeira vez.

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Parece incrível, mas a determinada Stefan Grand Prix acredita mesmo que vai receber permissão para disputar a próxima temporada da Fórmula 1.

A equipe sérvia - comandada por um milionário local de origem obscura - comprou o espólio da Toyota e conta com o carro de 2010 e os motores que seriam usados pela escuderia japonesa.

E só.

Não tem pilotos e muito menos uma sede ou uma fábrica.

Apesar disso, a Stefan já anunciou que vai viajar até o Bahrein para correr o primeiro GP do ano, mesmo sem ter licença da FIA para participar da corrida.

Agora, a equipe sérvia vai além.

Nesta quarta-feira, a Stefan revelou que planeja lançar seu novo carro no dia 25 de fevereiro, no circuito de Portimão, em Portugal.

No mesmo autódromo, a equipe vai conduzir uma sessão de quatro dias de testes, se preparando para uma temporada que nem sabe se irá disputar.

Segundo o empresário Zoran Stefanovich, responsável pela empreitada, a equipe já tem dois pilotos contratados.

Um deles, inclusive, já teria dois anos de experiência na Fórmula 1, o que limitaria a lista a três nomes: Sebastien Bourdais, Nelsinho Piquet ou Kazuki Nakajima.

Desses, o japonês parece o favorito por suas ligações com a Toyota, que repassou seus equipamentos à Stefan e também promete dar "suporte técnico" à equipe sérvia.

Se tivesse vaga garantida na Fórmula 1, a Stefan seria elogiada por seu esforço para fazer parte do grid.

O problema é que não existe nenhuma garantida de que a equipe terá mesmo uma chance de correr em 2010.

A Stefan age como se tivesse certeza de que vai ganhar uma vaga. Mas o qual será o motivo de tanta confiança?

Ao que parece, há duas equipes novatas em dificuldades para alinhar no grid em 2010: USF1 e Campos.

A escuderia americana, ao menos, nunca deixou de ser uma dúvida.

Por outro lado, a Campos era vista como a mais confiável das equipes novatas, mas foi se enrolando com o passar do tempo e agora vive uma dramática corrida para captar mais patrocinadores.

Parece que a esperança da Stefan é justamente assumir a vaga da Campos, que enfrenta problemas para pagar a empresa que construiu seu carro, a Dallara.

Para não tomar um calote da Campos, a Dallara estaria cogitando vender a propriedade intelectual de seu projeto de F-1 para a Stefan. E assim, consequentemente, a equipe sérvia conseguiria assumir o lugar da Campos.

Sim, a história toda é muito nebulosa - e promete ficar ainda mais complicada nas próximas semanas.

A Campos promete alinhar no GP do Bahrein, mas não tem recursos para correr o ano inteiro. Uma solução avaliada pela FIA é conceder uma licença para a Campos se ausentar dos três primeiros GPs do ano, o que daria tempo para a equipe espanhola fechar seu orçamento.

Enquanto isso, o plano da Stefan é assumir o lugar da Campos desde o GP do Bahrein. Um dos pilotos seria Nakajima, e outro pode ser Jacques Villeneuve - que, nesse caso, entraria no lugar de Bruno Senna e deixaria o brasileiro de fora do grid...

Para que seu plano vá à frente, a Stefan possui o apoio do todo-poderoso Bernie Ecclestone e já tem dois nomes bem polêmicos em sua folha de pagamento.

Um é o engenheiro Mike Coughlin, pivô do caso de espionagem entre Ferrari e McLaren em 2007. O outro é o diretor esportivo Dave Ryan, demitido da McLaren após mandar Lewis Hamilton mentir aos fiscais da FIA no GP da Austrália do ano passado.

Nesse ritmo, só falta contratar Flavio Briatore como novo chefe de equipe...

A Stefan, portanto, não anda com gente ingênua.

E sua ambição incontrolável para entrar na F-1 talvez seja mais nociva para a Campos do que os próprios problemas financeiros da equipe espanhola.